COM EMOÇÃO ATÉ O FIM, ATLÉTICO-MG
VENCE NOS PÊNALTIS E LEVA A LIBERTADORES


Jô ajeita bola no peito com categoria deixando
o adversário de boca aberta


Leonardo Silva vibra com o tento

Torcida empurra o Galo: Eu acredito!!!

Leonardo Silva, observado por Ronaldinho, agradece
a Deus a vitória e o título inéditos

"Eu acredito” vira símbolo da fé e
embala maior taça da história atleticana


Os atleticanos queriam o Estádio Independência. Alexandre Kalil queria. Cuca queria. Os jogadores queriam. Mas o título mais importante da vida do Atlético-MG precisava acontecer diante do maior número possível de torcedores. É a história de um time empurrado por sua massa que diz isso. E a fé fez a diferença no Mineirão: a Copa Libertadores 2013 é atleticana depois da vitória por 2 a 0 – com xx a xx nos pênaltis - sobre o Olimpia-PAR.

Nem sempre, é verdade, a fé foi aliada. Houve momentos em que ela deixou o Atlético na mão, mas esta Libertadores colocou tudo isso por terra. Dono da melhor campanha da fase de grupos, saiu atrás em todos os duelos de mata-mata. Perdeu por 2 a 0 para o Newell’s Old Boys e virou. Perdeu por 2 a 0 para o Olimpia-PAR e também virou esta noite.

O “Yes we Cam” de Cuca, em menção ao “Clube Atlético Mineiro”, começou a embalar a reta final de sucesso contra os argentinos na semifinal. Foi tema das chamadas na televisão e, nesta quarta-feira, exibido no belíssimo mosaico aberto pelos atleticanos nas arquibancadas. Também estava em uma das principais faixas com os dizeres “nós acreditamos sempre, Galo”.

Mas foi no “eu acredito” repetido exaustivamente que a fé do atleticano mais se manifestou. Nas ruas que levavam ao Mineirão, em cada esquina de Belo Horizonte e, principalmente, em todos os momentos desta noite no estádio. Na realidade, foram 105 em que os atleticanos acreditaram que essa noite chegaria.

Como já havia sido na porta do hotel onde o Olimpia se hospedou nos últimos dois dias, também houve muito barulho. Antes, falta de educação. No jogo, muito válido! Uma chuva de fogos que pilhou Ronaldinho na entrada da equipe no gramado. Durante os 120 minutos, uma série de bombas ensurdecedoras se explodiu para tentar intimidar os paraguaios.

Não poderia ser diferente na disputa por pênaltis que selou a conquista. O “eu acredito” embalou cada uma das cobranças atleticanas. E a fé não falhou! Na trave do pênalti perdido por Giménez. No pé direito de Victor que parou Miranda. Ela estava lá com os atleticanos. Com os 60 mil do Mineirão, três vezes o Independência.

A CRÔNICA

por Alexandre Lozetti

Atlético-MG tira vantagem paraguaia no tempo normal, suporta prorrogação e leva torcida ao delírio nos pênaltis, no maior dia de sua história de amor.

 “Mas quando o lado heroico do Atlético prevalece, ele sempre sai de campo glorificado” (DRUMMOND, Roberto)

O Atlético-MG é campeão da Libertadores. O Atlético-MG é campeão da Libertadores. O Atlético-MG é campeão da Libertadores... Leia, releia, diga, repita, fale no espelho para ver se acredita. Acredita. Acredita sempre!

O Atlético-MG da fé, dos dribles, da raça, da torcida, dos versos de Drummond, da voz de Beth Carvalho. O Atlético-MG dos pênaltis, de uma idolatria sem tamanho, sem fronteiras, que foi à Bolívia, à Argentina, a São Paulo, ao México, ao Paraguai, e terminou no Mineirão com um final feliz, esperado, desejado.

Os campeões do gelo fervem! Derretem os corações de sua Massa apaixonada. Com tudo, absolutamente tudo a que têm direito. Nenhuma palavra vai explicar a vitória por 2 a 0 no tempo normal, o 0 a 0 da prorrogação, os 4 a 3 nos pênaltis.

 As lembranças de cada pessoa que foi ao estádio ou viu pela televisão contarão à sua maneira como a bola passava a um fiapo de cabelo dos pés de Bernard, mas não entrava. Como os chutes de Diego Tardelli e Ronaldinho teimavam em encontrar obstáculos.

A eternidade vai tratar de dar uma satisfação a Ferreyra, que poderia ter exterminado o sonho atleticano, mas escorregou. Teria sido o olhar de São Victor, que já ficara para trás? Teria sido a camiseta de Cuca? E o que provocou a expulsão de Manzur logo em seguida? E segundos depois, o gol de Leonardo Silva, de onde veio? De onde ele surgiu?