OURO INÉDITO NO JUDÔ BRASILEIRO FEMININO

Um ano depois de polêmica em Londres, judoca dá a volta por cima e conquista inédito título mundial para o judô feminino do país

O inédito título mundial de Rafaela Silva veio em tom de desabafo. No ano passado, nas Olimpíadas de Londres, após ser eliminada depois de tentar um golpe ilegal, a judoca voltou para os vestiários aos prantos e ainda teve que lidar com uma dura realidade.

No Brasil, pelas redes sociais, ela foi humilhada e discriminada.
Internautas criaram fakes, xingaram a atleta e a chamaram de vergonha do país.

Rafaela retrucou, a polêmica foi criada e ela chegou a encerrar sua conta no Twitter. Um ano depois, no tatame, com a conquista da medalha de ouro, ela deu a resposta que tanto esperou.

- É muito bom mostrar para o pessoal que me criticou, dizendo que lugar de macaco não era no judô, e sim na jaula. E agora eu estou aqui, campeã mundial, mostrando para todos que me discriminaram que você não depende de cor, de raça, nem de dinheiro para ser campeão e conseguir sua medalha, desabafou Rafaela.

Em Londres, o choro foi pela derrota, pelo pódio perdido. Um ano depois, Rafaela voltou a chorar, mas de felicidade. Foi campeã dentro de casa, no Rio de Janeiro, com a torcida dos pais e amigos da Cidade de Deus.

- Em Londres, tive aquela sensação de treinar quatro anos e sonhar com uma medalha. Quando perdi lá, pensei que os quatro anos treinando forte e competindo bem, foram embora, que eu tinha perdido todo o trabalho e tinha chances de ir no pódio. Hoje foi o contrário, o choro era por alegria, e não pela tristeza - frisou a atleta.

A luta contra a romena Loradana Ohai, na terceira rodada da fase eliminatória, também foi lembrada por Rafaela. Depois de sair atrás com um yuko, ela conseguiu virar o combate faltando 15 segundos, e escapou de ser eliminada. Ela garante que de forma alguma saíria do tatame derrotada nesta quarta-feira.

- Aquele momento foi um dos que eu não entendi nada. Fui dar um contra-golpe, virei e caí de joelho. Achei que a pontuação era minha, mas o árbitro deu para ela. Disse para mim mesma que aqueles 15 segundos seriam infinitos e que ninguém me tiraria aquela medalha. Fui lá e consegui vencer - finalizou a atleta brasileira.

Nesta quarta-feira, mais dois judocas do Brasil entram em ação. Pelo peso meio-médio, Victor Penalber (81kg) e Katherine Campos (63kg), são as esperanças de medalha.

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